Dr. Evandro L. Cunha, Ph.D.
Um
dos efeitos do álcool no organismo é
desinibir o usuário. Eu creio que foi isso o que aconteceu com minha vizinha
após consumir umas cervejas. Ela, normalmente, é falante por natureza, mas a ingestão de álcool ajudou a tornar a cena
hilária. Um dia, após tomar um porre, ela saiu gritando que amava o marido. Até
aí tudo bem, mas o diferencial foi o fato de ela afirmar que o marido não valia
nada, que não prestava, era um malandro safado com passagem na política, um
pilantra... Mas que apesar de tudo isso, ela o amava profundamente e não
parecia se envergonhar ou se lamentar por isso, queria apenas expressar seu
amor incondicional ao marido... Era um "amor bandido", como se diz
por aí.
Uma pessoa me falou que aquela mulher já tinha feito isso algumas vezes. Esse fato me levou a rever meu
conceito de "amor bandido". O que é realmente o amor bandido? No
senso comum, é amar um bandido. Porém, depois de uma reflexão e investigação
cheguei à conclusão que essa definição é preconceituosa e equivocada. Amor
bandido é amar sabendo que o amado não tem nada a oferecer. Portanto, o
"amor bandido" é o verdadeiro amor. Muito semelhante ao amor de Deus,
o qual ama quem não merece ser amado e não tem nada a oferecer. O amor
"cidadão" é o amor falso, interesseiro, só ama se for amado, só ama
se receber algo em troca. Sendo assim, conclui que o amor de Deus é um "amor
bandido", e que devemos praticar esse tipo de amor, isso não significa
amar o que nos fere, machuca ou possa até matar, mas amar de forma
INCONDICIONAL, amar sem esperar ser amado, amar por amar.