quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

AMOR BANDIDO


Dr. Evandro L. Cunha, Ph.D.

Um dos  efeitos do álcool no organismo é desinibir o usuário. Eu creio que foi isso o que aconteceu com minha vizinha após consumir umas cervejas. Ela, normalmente, é falante por natureza, mas a  ingestão de álcool ajudou a tornar a cena hilária. Um dia, após tomar um porre, ela saiu gritando que amava o marido. Até aí tudo bem, mas o diferencial foi o fato de ela afirmar que o marido não valia nada, que não prestava, era um malandro safado com passagem na política, um pilantra... Mas que apesar de tudo isso, ela o amava profundamente e não parecia se envergonhar ou se lamentar por isso, queria apenas expressar seu amor incondicional ao marido... Era um "amor bandido", como se diz por aí.
Uma pessoa me falou que aquela mulher já tinha feito isso algumas vezes. Esse fato me levou a rever meu conceito de "amor bandido". O que é realmente o amor bandido? No senso comum, é amar um bandido. Porém, depois de uma reflexão e investigação cheguei à conclusão que essa definição é preconceituosa e equivocada. Amor bandido é amar sabendo que o amado não tem nada a oferecer. Portanto, o "amor bandido" é o verdadeiro amor. Muito semelhante ao amor de Deus, o qual ama quem não merece ser amado e não tem nada a oferecer. O amor "cidadão" é o amor falso, interesseiro, só ama se for amado, só ama se receber algo em troca. Sendo assim, conclui que o amor de Deus é um "amor bandido", e que devemos praticar esse tipo de amor, isso não significa amar o que nos fere, machuca ou possa até matar, mas amar de forma INCONDICIONAL, amar sem esperar ser amado, amar por amar.

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