sexta-feira, 27 de junho de 2008

O POVO DO LIVRO


Evandro Luiz da Cunha
Doutorando em Teologia.

Aristóteles dizia que o processo filosófico começa com o "assombro", algo que nos chama a atenção e nos convida à reflexão. Vivendo aqui em Israel temos a oportunidade de observar diversos aspectos da cultura judaica. O que mais tem me cativado é o fascínio pela leitura. É incrível como os livrarias sempre tem gente comprando livros. Nos ônibus, praças, sinagogas, sempre tem alguém lendo um livro.
Não existe nada comprovado cientificamente, mas eu desconfio que a singularidade e genialidade judaicas devem-se a sua obsessão pela leitura - tanto de textos religiosos e seculares.
Abençoada é a nação que ama os livros! Não tenho disponível o número dos doutores e cientistas em Israel, só sei que é um número expressivo. Basta ler um artigo escrito por um judeu para perceber logo a erudição por trás daquelas linhas. Eles encaram o conhecimento como algo santo, e como tudo que é santo deve ser almejado, eles buscam e incentivam os jovens a fazerem o mesmo.
Alguém poderia dizer que a genialidade judaica é oriunda das bênçãos de Deus. Eu não teria coragem para discordar, mas sabendo que muitos judeus modernos não praticam a religião e outros são até mesmo ateus, logo não é apenas uma questão de espiritualidade, mas de esforço humano para superar os desafios impostos pela natureza e as ameaças históricas.
O hábito da leitura deve ser algo prazeroso e divertido. Quando alguém se acostuma a olhar os livros por este ângulo, eles se tornam companheiros inseparáveis. Não é estudar apenas para poder passar em um concurso ou no vestibular, mas para desfrutar de uma dimensão da vida que só é possível através dos livros. O próprio Deus ama os livros. Ele inspirou homens a escreverem livros. Jesus é descrito como "logos", vocábulo grego que significa "Palavra, Discurso".
Se há alguma lição prática que podemos aprender do modus operandi judaico é que se algum indivíduo ou nação quer crescer e influenciar necessita aprender a amar e devotar-se aos livros.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá pastor Evandro,
li o artigos sobre o povo do livro, referindo ao povo judeu, e gostei. È claro que parece mais um artigo de cunho empírico mas reflete a experiencia pessoal da observação pessoal ante ao famoso "assombro judáico". É realmente um povo fantástico e digno de ser imitado.

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